19 de setembro de 2008

"[humpf] ...mas que puxa!" - Reloaded

Elizabeth Barrett Browning nasceu em Coxhoe, Inglaterra, em 1806 e faleceu com 55 anos em Florença, na Itália. Poetisa vitoriana, escreveu alguns sonetos que foram editados sob o auspício de Sonnets from the Portuguese. Dentre eles, destaca-se o de número 43, também conhecido como “How do I love thee?” e este, segue-se assim:

How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.

I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.

I love thee with a passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose

With my lost saints, - I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! ...and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

O mais interessante nisso tudo é que isso chegou a mim através de outro genial escritor, autor de alguns dos maiores personagens da história ocidental no século XX e de uma das séries mais famosas dos quadrinhos: Peanuts. Charles M. Schulz é o criador do mundialmente famoso Charlie Brown e seu cachorro com personalidades diversas, Snoopy.

Charlie Brown logo foi identificado como um auter-ego de seu autor, mas ele próprio afirmou que sua personalidade só se completava quando pensada, cachorro e garoto juntos - já que Snoopy, em suas diversas divagações pelo mundo da imaginação até chega a escrever um romance, conhecido como “It was a dark and stormy night...”, ou seja, um inocente sonhador, em contraste com a melancolia cheia de inquietação do menino Charlie Brown.

Charles Schulz criou alguns de meus heróis de infância, mas depois de tanto tempo, ao revisitar parte de sua obra, em uma brilhante ligação entre áreas diversas, deparo-me com Sally Brown, irmã de seu principal personagem a “declamar” em uma tradução livre, o soneto de Elizabeth Browning, com direito a interpretação de Snoopy, ao fundo, no episódio especial do dia dos namorados:



Obrigado, Charles Schulz, por ainda me fazer sorrir da inocência com a qual só as crianças são capazes de nos brindar, por ainda me fazer respirar fundo para querer continuar logo após um “mas que puxa!” roubado de seu personagem. Obrigado ainda, Mr. Schulz, por não me fazer perder o contato com o ser inocente e brincalhão, que reside sob essa fria carapaça de adulto.

Mais uma vez, obrigado!

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