19 de janeiro de 2009

"estado crônico: memórias e certezas"

Eram apenas frases sem sentido. Músicas incoerentes. Gritos de raiva, alegria, satisfação, dor, tudo junto. E tudo que se podia ouvir eram frases sem sentido.
Eram novos tempos aqueles. A bonança do agora, incerteza do seguinte. Inconstância dos dias. Carregar cruzes com outros nomes gravados não garantia a salvação, mas garantia a consciência e a sanidade. Eram novos tempos aqueles.
Éramos todos jovens, como não somos mais. Éramos livres e, quase libertinos. Havia a lealdade, todo o resto era relativo, passível de avaliação para os outros. Para nós, não! Éramos jovens inconseqüentes com a certeza de que o caminho não havia sido criado para nós.
Então, o tempo passou... envelhecemos o corpo. O espírito continua o mesmo, parcialmente jovem como tolos adolescentes e extremamente velho, como já éramos há tempos. Contudo, há algo que nos resta que vale a pena ser dito: as lembranças, as histórias... sejam sobre redes amarelas, telhados de madrugada, decepções amorosas ou colegiais... éramos livres, aliás, ainda somos, isso eles não nos tirarão, já que várias vezes sequer aprendemos com nossos erros.

***

Edição especial da série "estado crônico" em homenagem ao funeral de um amigo. Afinal, depois de alguns anos, não comemoramos mais os aniversários, e sim, a proximidade do fim!




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