2 de dezembro de 2010

estado crônico: vontade de sentir

Às vezes, não é o corpo que pede o descanso, mas a alma que implora por um momento de paz. Fisicamente, nossos corpos são preparados para agüentar situações extremas de frio, calor ou violência. Marca da evolução, nada mais. Contudo, há momentos em que o corpo não está cansado, mas a alma chora pedindo um segundo de repouso, exaurida.

Nessa sociedade da informação instantânea e dos sentimentos efêmeros, a alma clama por mais que pode ter. Não se sabe mais o que se sente, não se consegue mais sentir mesmo com o toque. As coisas vão se fechando e com isso acabamos tendo uma geração disposta a sentir, pois isso lhes foi privado, ou melhor, isso não lhes foi ensinado. Cada jovem, hoje em dia, não tem a menor ideia do que carrega cada sentimento, e eles próprios, na ânsia de sentir, piscam e perdem momentos que seriam definidores em suas vidas.

No fim das contas, entre o corpo e a alma há muito mais coisas nas quais o mundo pode intervir, mas quando não se sente o que parece efêmero aos olhos, as pequenas coisas e acima de tudo, os pequenos gestos, nada mais parece fazer sentido. Afinal, para essa legião de jovens incertos, o tato é só mais um sentido, e nada mais.


***

Da série "estado crônico"

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...