3 de dezembro de 2011

estado crônico: a dança

Ele amava dançar. Ela nunca tinha entendido o motivo. Sabia que não tinha coisa alguma a ver com dúvidas a respeito da sexualidade dele ou coisa do tipo. Ele simplesmente amava dançar.

Para ele, a dança era única, era a conexão com a terra ancestral, era algo que perduraria até o fim dos dias, era o amor. Isso! Para ele a dança e o amor andavam de mãos dadas.

Não que ele fosse um exímio dançarino – e ele não era mesmo – mas para ele, dançar correspondia ao rompimento das leis da Física. O Tempo tornava-se algo desconexo, eternamente igual e, ao mesmo tempo, único. O Espaço podia ser qualquer lugar, desde que seu coração o guiasse. A Gravidade fazia-o se perder...

Ele esquecia do mundo enquanto dançava, exceto dela. Ela se nega a dançar sempre por timidez, vergonha ou algo assim, mas ele sabia que estaria completo se de, alguma forma, ela estivesse ali. Ela não queria deixar de olhá-lo dançando, pois amava vê-lo dançar.

Um dia, ela se levantou e o abraçou, então eles dançaram. Deveria ser o fim do mundo, fim de tudo, fim de noite ou simplesmente o último dia naquele lugar ao sul do paraíso e ao norte do inferno.

***

da série "estado crônico"
Clique em "curtir" logo abaixo!

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...