17 de outubro de 2012

nem tudo


Nem tudo está errado, nem tudo está perdido. Ainda é possível ver amores pelas esquinas, jovens que escondem e se beijam. Jovens vistos por todos que passam.
Nem tudo está estranho, nem tudo é tão incerto. Dessa vez a bola entrou, o time ganhou, a dor foi adiada para o próximo final de semana. Isso se ela vier, pois a bola pode continuar entrando.
Nem tudo está nublado, nem tudo é tão escuro. A chuva não vir tão forte, sem causar estragos, sem atrapalhar o trânsito, sem desabrigar ninguém. Ou ainda, ser torrencial em lugares que sofrem com a seca.
Nem tudo é deserto, nem tudo é solidão. Os olhares incertos, a troca de sorrisos, um convite, um passeio e conhecidos viram amigos, amigos viram amantes. Não procurar ajuda a achar, geralmente.

Nem tudo está fora do lugar, esqueça os cacos espalhados pelo chão. Depois você vê se consegue arrumar, catar os pedaços, reconstruir (ainda que com rachaduras) o velho e cansado coração.
Não há destinos traçados, rumos obrigatórios no mundo. Sei que nem sempre, nem tudo são flores, que você pode achar que tudo que era bom morreu, mas acredite: nem tudo...

nem tudo que restou...

***

da série "estado crônico"

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