7 de julho de 2008

Apenas um Presente!

Acredito não ser um saudosista. Muito menos, considero-me um velho. Óbvio que em poucos anos, pode-se juntar uma porção de doses de experiência. Então, elas se acumulam e a partir do momento que você aprende a se utilizar delas, você pode crescer, tornar-se um adulto, ou apenas continuar o mesmo garoto obcecado por nada além do que meninas e Rock n Roll... Não se enganem, ainda amo meninas e Rock n Roll, mas com falei, sabendo se utilizar dessas experiências, você pode intensificar quaisquer novas paixões, além de incrementar as antigas, mas não é bem onde quero chegar. Recomecemos...

Não sou um saudosista, mas hoje, lembrei-me de algo que me aconteceu há exatos quatro anos (não sei se o dia é tão exato, definitivamente foi em julho de 2004). Eu era um jovem cabeludo, que ainda acreditava em mudanças da forma mais brusca, vestindo uma beca preta e com o braço direito levantado, jurando dar o melhor de mim quando trabalhasse na profissão que estava assumindo. Após quatro anos, os cabelos não são mais tão grandes (apesar de estar bem tranqüilo com a possibilidade de calvície natural ser nula). Hoje, busco mudanças através de adaptações, pois há quase 150 anos, Darwin já falava na sobrevivência do mais apto dentre as espécies, mas essa aptidão descrita não se enquadra apenas no aspecto físico, a adaptação ao meio sempre foi necessária aos seres sobreviventes.

Há quatro anos, ouvi coisas bem chatas das pessoas que me parabenizavam pela minha formatura, a respeito de meu futuro em um curso que, além de não me render grandes dividendos, ainda me colocaria numa das categorias mais injustiçadas do Brasil: o magistério. Já se foram quatro anos e ainda tenho familiares que comentam que eu já poderia estar até terminando outra faculdade. O mais importante para mim é que depois de um tempo batendo de frente com tudo e todos, decidi caminhar como quem entra escondido em casa à noite para não acordar os pais: discreta e silenciosamente. Tive minhas conquistas, quebrei a cara algumas vezes, contudo, no fim das contas, eu sobrevivi.

Lembrar de uma cerimônia que participei há quatro anos é para mim uma forma de parabenizar um amigo, que hoje passa pela mesma coisa. Como falei, ao se retirar algo de uma experiência, mesmo que alheia, pode-se abrir portas ou mesmo superar situações conflitantes com um estalar de dedos. Não posso lhe presentear com nada melhor, a não ser o pouco que aprendi nesses últimos anos, além de lembrá-lo que na hora que ele estiver em pé, com o braço direito erguido, terminando um juramento que talvez não lembrará no dia seguinte das palavras que continha; quando escutar o reitor pronunciar: “eu vos declaro formados”, tenho certeza que lhe passará pela espinha o mesmo frio que me acometeu e, assim, como aconteceu comigo, ele pensará: “fudeu!”.

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