11 de dezembro de 2008

"estado crônico: sonhos coloridos"

Que se imaginem sonhos bons e um mundo tranqüilo, como as páginas de um livro de colorir, borradas e rabiscadas com mais cores abusivas do que a plantel de lápis e gizes de cera poderia conter.

Somos tranqüilos e espertos, livres e astutos para nos levarmos para as colinas verdes, com o céu azul de nuvens brancas, um sol amarelo-vivo e uma casinha torta, mas pronta para receber-nos após corrermos pelos campos e nadarmos no lago azul-piscina. Somos pinturas de um outro tempo, num outro lugar que nos acolhe de uma forma tão calorosa que nos faz esquecer a existência de um “depois”, de um “além”. Somos apenas partes coloridas num livro de uma criança divertida e hiperativa, que não consegue brincar com o mesmo brinquedo por muito tempo, então logo somos deixados de lado, nesse livre mundo-livro aberto.

E é justamente por estar aberto, à revelia dos acontecimentos, que estamos sujeitos a um copo de suco ou de água, que derramado sobre as páginas, faz com que tudo borre, manche e deforme. Seremos criaturas deformadas, com as cores se esvaindo com o tempo e os sonhos se tornando branco e preto, sob um sol amarelo, não mais tão vivo, mas que insiste em não ir embora...

Mesmo assim, não deixem de imaginar que existem sonhos bons nesse mundo tranqüilo de caos diário. Eles exitem, sim!


Da série "estado crônico"

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