Essa é uma edição especial.
Pela primeira vez juntas, as duas séries da casa (“estado crônico” e “músicas para pessoas ausentes”)
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"Carta de adeus" ou "racionalizando a perda abrupta"
Quando se perde alguém, tende-se a elevar a pessoa a um patamar de semi-herói sem defeitos ou erros cometidos em vida. Isso é plenamente compreensível pela necessidade de se registrar na memória dos que ficam as características positivas mais marcantes do individuo, numa luta para que, tendo seu corpo partido para o túmulo ou para o forno, algo ainda permaneça nesse mundo vil e sombrio.
“Os bons morrem jovens”! Não é bem assim, na verdade só gostaríamos que eles ficassem mais tempo por aqui, como se fosse possível prolongar o propósito de cada um deles na terra. Como se fosse possível fazer estrelas cadentes brilharem mais do que segundos.
O que sobra após a perda, é a culpa como projétil, atirada contra tudo aquilo que chegou a aparecer no caminho da vida que se perdeu, seja bom ou mau: deus, por ter tirado do mundo alguém tão bom, tão cedo; Os homens, que brincando de deus, ainda não desvendaram todos os mistérios do câncer; o próprio câncer que acometeu uma vida saudável e tranqüila de alguém que poderia ainda aproveitar boas décadas à frente.
Não quero que esse texto seja apenas palavras lapidais de alguém. Quero que seja a memória, o conforto e o desejo de que se siga em paz a vida dos que ficaram.
Não o conhecia tanto, mas nunca ouvi uma palavra contra sua pessoa quando ainda era vivo e muito menos, tratou-me de outra forma além da melhor possível nas vezes que me encontrou. Acho que isso já seria o bastante para fazê-lo merecer algumas poucas linhas minhas.
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Ozzy – See you on the other side.
Não me sobra muitas forças para falar do senhor Ozzy Osbourne.
Escute a música, sinta a dor de não se ter ao lado quem se ama e conforte-se com a certeza de que, um dia, você a verá de novo... no outro lado...
Das séries "estado crônico" e "músicas para pessoas ausentes"
