14 de agosto de 2011

Feliz dia dos Pais!



Estranha essa época do ano pra mim. É uma época que sentimentos se tornam mais vivos, mais próximos da pele. É uma época de ausência. É dia dos pais, afinal!

Perdi meu pai muito cedo mesmo, assim construí um complexo de imagens mentais sobre ele muitas vezes somando fotos com relatos de pessoas que conviveram com ele. Juntamente com isso, há um vídeo com registros parcos de sua voz, que só vi uma vez, aos sete anos e, acredite, nunca esqueci.

O problema nisso tudo é que acabei levando pra minha vida representações de sua presença quando ele não estava mais comigo. Afinal, é triste para uma criança ver vários e vários jovens senhores assistindo a apresentação ensaiada por sua turma para o dia dos pais no colégio e apenas uma mulher (minha mãe) em meio a todos os espectadores. Isso talvez tenha me feito perder um pouco da sanidade, mas não vejo literalmente meu pai em todos os lugares. Eu apenas o sinto, como uma entidade que assiste ao lado, às vezes, com a mão repousando sobre meu ombro.


Como falei, não o vejo literalmente, mas não sei se pela imaginação fértil ou pelo ausência dessa figura paterna, acabo por perceber meu pai todos os dias em vários lugares: nas camisas listradas com uma estrela no peito que vejo nas ruas ou pela tv; nas conversas com meu amigos; nos sermões de minha mãe; nos incentivos de minha esposa; nas músicas (e por que não na imagem?) de Raul Seixas.... Talvez nem seja nada "espiritual" ou coisa do tipo, mas foi o modo que estabeleci, na minha cabeça e no meu cotidiano, para honrá-lo, além de tentar ser a melhor pessoa possível, obviamente.

(só para constar: enquanto escrevia esse texto, deitado no escuro do quarto, o espelho caiu da parede, derrubando tudo que havia sobre o criado-mudo... Juro!)


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