4 de setembro de 2011

estado crônico: a chegada do outono


Amanhã começa o outono.
As brincadeiras da primavera se foram e alegria do verão fora de casa, nos passeios, na vida externa começa a murchar... É a vez do outono dar as caras e avisar que tudo é perecível, tem prazo de validade. O inverno chegará posteriormente e ele será a pá de cal na alegria que um dia existiu.

O outono muda tudo. O meu mudará os ritmos, as cores, tirará horizontes da vista para meter páginas de livros. Páginas que deverão ser consumidas vertiginosamente, pelo prazer dos prazos, pela necessidade de se concluir que a sociedade nos impõe, seja primavera ou outono.

Amanhã, a maioria talvez nem note a mudança, mas o outono me lembrará que devo começar a usar todo o fôlego que prendi, quando enchi os pulmões de ar no último verão. Agir é palavra de ordem, mas como agir se ao redor, por culpa do outono, tudo estará morrendo?

É... amanhã tenho que responder (ou pelo menos começar) não só essa questão, mas tantas outras, como por exemplo, terei paciência diante da tela em branco do computador para construir algo depois de tanta desconstrução neste outono que chega amanhã?


por favor, caro outono, não bata com tanta força, ok?

***

"...I see the storm is getting closer
And the waves, they get so high
Seems everything we've ever known is here
Why must it drift away and die?"

Estranged - Guns n' Roses

***
da série "estado crônico"

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