6 de maio de 2008

a quem interessar possa...

Algumas pessoas me perguntaram o porquê de voltar a escrever. A resposta: porque preciso.

Parece que nada está certo, nada está no lugar. Não falo de mim, é tolice acreditar que meu umbigo é tão importante assim. Falo do mundo todo, falo do mundo como eu o conheço, do mundo que me rodeia, por mais que distâncias sejam entraves burocráticos na maioria das vezes para nossa geração que aprendeu a violar fronteiras em nome do que quer que seja. O mundo - a casa, a vizinhança, o país, tudo – parece estar errado, ou melhor, fora dos trilhos. Como se nada se encaixasse, como se deus fosse uma criança de um ano e meio tentando enfiar uma peça triangular azul de brinquedo no espaço que deveria entrar uma peça circular vermelha.

Não acho que salvarei o mundo escrevendo, por deus, nunca conseguiria tal façanha, mas nessa cabeça que tanto dói por problemas de vista, tudo tende a se encaixar quando ao terminar um texto, ao lê-lo depois de concluído (se é que isso é possível), descubro que aquilo não é meu, ou é, mas é de um “eu-leitor” que quase nunca se identifica com o “eu-presente”. Aquilo é resultado de algo que tem um quê mediúnico, com pinceladas de possessão, doses de “não me importo”, escrito por alguém que por mais que pareça, nunca desistiu de tentar. E ter esperanças é a pior das maldições.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...