4 de junho de 2008

Ø

O Universo é composto de vazios. O espaço sideral é um grande e complexo vácuo. Ele seria todo o espaço sem elementos. O vácuo é a pura ausência de matéria e que os físicos, químicos e astrônomos me perdoem, mas a existência do vácuo é a referência necessária para provar a existência do nada.

Nós somos nada, somos vácuos ambulantes, de sentimentos supérfluos e existências medíocres. Poucos de nós foram, são ou serão grandes. Todo o grande resto será ordinariamente vazio, fará parte dessa multidão sem rosto. Tolos que acreditam estar vivendo a pleno vapor, gritando a plenos pulmões que a vida vale a pena.

E se esse excesso de nada se torna externo? Podemos então preenchê-lo? Acredito que não. Secamos como balões, murchamos e perecemos sem nos darmos conta de que nossa existência estava em sintonia com nosso mundo interior, foi simplesmente repleta de vácuo. Na grande ausência/presença de um nada que nos estagnou, a beira da falésia.

E o que vemos a frente? O que o horizonte aponta? Um céu estrelado, lá de onde o vazio faz sentido, onde não poderíamos viver, engolidos pelo próprio vácuo de nossa essência. Pelo menos de lá, acharíamos um sentido para a ausência de algo maior em nossas vidas, pois de lá não seriamos mais humanos, viscosos e nojentos, verdadeiras baratas dos deuses. Seriamos parte do vazio celestial que tocaria nossas almas e nos mandaria de volta para onde a maioria de nós nunca deveria ter saído: para o nada.

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