São 1:51 da manhã.
Já são quase duas e eu estou aqui, celebrando algo que espero que funcione, porque de todas as outras formas não funcionaram. São quase duas e eu acredito que a vida como eu a conhecia ficou para trás, depois que o relógio anunciou a nova hora atual. Mecanicista? Talvez, mas com a certeza de que tudo deveria ter sido mudado, desde os moveis da sala à atitude ao encará-los.
A ruptura com o que existia deve se tornar evidente, mas o elo com o que existia ainda vai estar presente e é isso o que temo, mas coisas já chegaram a um ponto no qual nada parecia certo e só eu mesmo poderia organizar meu mundo.
Afinal, é assim que eu sou: tolo o bastante para continuar acreditando e inocente o bastante para assistir ao fim dos tempos, acreditando que logo nasceriam outros tempos, novos e brilhantes, resplandecentes e únicos.
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