27 de março de 2011

"é, deixa quieto"


Poderia ser um dia comum (como tantos outros que passaram e não deixaram uma marca sequer) ou até mesmo um dia histórico (daqueles que anos depois, lembramos dos detalhes de um modo que impressiona), Poderia ser tudo, poderia ser hoje.

Um dia simples a princípio, mas que carregava algo especial. Contudo, como um ovo prestes a chocar, esse algo especial poderia acontecer hoje, ou amahã, talvez nunca, afinal, a vida é inesperadamente bela e trágica.

Nesse contexto todo, o gatilho para algo especial depende da hora, do local, de uma situação em que tudo esteja plenamente em funcionamento, como se os astros precisassem estar alinhados para que algo se tornasse verdade, real.

Aí as coisas começam a acontecer, uma depois da outra. O momento mostra-se perfeito, talvez perfeito até demais, pelo caráter especial da situação, mas como se um dos planetas teimasse em desviar-se do alinhamento, algo inesperadamente incômodo aconteceu: o momento era perfeito, mas o local não!

Então, todas as coisas foram desmoronando, como um castelo de cartas. Tudo foi perdendo o sentido e aquele sentimento forte, existente em todos os corações que descobrem a felicidade tanto em pequenos momentos quanto em grandes feitos, parece minguar, morrer com as lágrimas que aparecem junto com as mãos trêmulas.

Cada uma das cartas do castelo encontra o chão e, sobre as ruínas, é comum passar pela cabeça se tudo isso valeu a pena, se chegar até aqui teve algum mérito ou se as ondas e marés só serviram de motor para se alcançar a esse momento.

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