8 de setembro de 2014

estado crônico: depoimento



Já é bem tarde. Tarde da noite, com todos os relógios da casa passando das 4, ainda que não haja um consenso entre eles. E no silêncio noturno, quebrado por latidos distantes, perambulo pela casa, percebendo as migalhas de memórias registradas pelas fotos espalhadas, relembrando viagens que fizemos juntos, na longínqua época em que éramos 2, não 3. 

De lá pra cá, tudo mudou. Rotina, foco, preocupações, até a trilha sonora de nossos dias. Ainda que o cansaço nos domine, ainda que os beijos, vez ou outra, saiam burocráticos, ainda que os longos abraços se tornem escassos, eu ainda estou aqui e, prometo, por trás dessa camada de cansaço, traduzido em rugas e cabelos brancos, continuarei ao seu lado por mais tempo do que você desejaria, talvez.

Por fim, duas palavras: obrigado e desculpa. Tenho consciência de que até uso a segunda com alguma freqüência, na eterna tentativa de ser um companheiro melhor. Já a primeira, talvez esteja em falta em meu vocabulário para com você, mas saiba que só tenho a agradecer aos deuses, novos e antigos, por terem lhe posto em minha vida.

Te amo!

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