20 de outubro de 2009

"estado crônico: segundo sonho"

por Campos de Carvalho

Estou no palco sozinho.

Sei que a peça vai começar daí a instantes, mas ignoro completamente meu papel, o que tenho a fazer e sobretudo a dizer.

O script está na minha mão, mas não consigo lê-lo: as letras se embaralham e o sentido do texto muda sem que haja qualquer concatenação. Tenho a vaga idéia de que um casal (dois atores famosos e tarimbados) deve chegar a qualquer momento e então eu terei que dirigir-lhes a palavra e começar a atuar.

Pela janela vejo dois vultos suspeitos tramando alguma coisa e num deles reconheço o ator com quem contracenarei.

O casal logo depois entra no palco, sem se anunciar, e eu, no desespero, chego a pedir que espere que eu leia ao menos as primeiras palavras do meu papel.

A cortina se levanta e eu decido improvisar tudo em tom humorístico e sem sentido.
***

Um outro texto, uma outra história que precisava ser contada!

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